quarta-feira, 21 de julho de 2010

Um pouco revoltada

"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis." Caio Fernando Abreu

Fiz umas observações. Quando coloquei essa frase no orkut e no facebook, em minutos, várias pessoas vieram comentar a frase, ou postaram que curtiram tanto, que poderia curtir ao cubo!

Pois então, em vez de fazer algo de útil, fui viajando pelos orkuts e facebooks, vendo o que a galera estava pensando e escrevendo. Posso estar errada, mas sabe de uma coisa? a maioria coloca coisas assim, dizendo algo do tipo desta frase de Caio Fernando de Abreu.

Olha, já ouvi muita gente comentar que não namora ou não casa por "n" motivos. Porém, para mim, o problema é simples: hoje ninguém quer saber de doar e sim, somente receber.

Queremos carinho, mimos e etc...sim claro, mas fazemos isso?! Queremos ser compreendidos, escutados...óbvio! Quem não gosta de ter alguém para comentar como foi seu dia?! mesmo se esse alguém for seu vizinho, seus pais, o cachorro, o gato, o peixinho...sei lá. Queremos, mas não respiramos fundo e fazemos o mesmo.

O fato é: queremos demais e fazemos de menos, e há também quem passe pelo que passei, fiz demais e errei, sufoquei.

Bom, alcançar um equilíbrio realmente é difícil, ainda mais na correria do dia a dia, mesmo assim não me entra na cabeça, tanta gente escrevendo frases bonitas na internet e continuam sozinhas (talvez por opção, mas não é o que parece).

Gente, eu não sei onde vai parar esse mundo...mas realmente os relacionamentos estão muito fugazes, ao menor problema um deles cai fora ou empurra com a barriga e espera virar uma bola de neve e o relacionamento dispenca numa avalanche. Antes as pessoas viviam pensando em dois, hoje pensamos em um, nós mesmos, nas nossas carreiras, nossa independência, nosso dinheiro. Realmente, tá certo, também penso na minha carreira e não quero depender dos outros financeiramente. Porém, serei uma eterna dependente de verdadeiras relações, sejam elas entre amigos ou um namoro, casamento, junção (usem o que preferir).

terça-feira, 20 de julho de 2010

Vendo um dos muitos filmes...

"O que você faz é metade da equação da sua vida, a outra metade, e mais importante, é com quem você faz sua vida!"


Só algumas palavras enquanto não escrevo nada direito aqui. Ainda escreverei algo que preste, preciso colocar as idéias no lugar. Não sei porque aceitei o conselho de criar um blog, mas...vambóra!

"Pensar é estar doente dos olhos"

Pensar é estar doente dos olhos, mas muitas vezes nossos olhos não querem enxergar a realidade que nos cerca, assim como ela simplesmente é.

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."

Alberto Caeiro, in Fernando Pessoa, "O guardador de rebanhos"